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A Indústria da Multa Existe? Como Proteger Seus Direitos Diante dos Abusos no Trânsito

Aline Simonato

Nos últimos anos, milhares de condutores brasileiros têm feito a mesma pergunta: afinal, existe ou não uma “indústria da multa” no país? Embora essa expressão tenha ganhado força nas redes sociais e nas rodas de conversa, o tema vai muito além de um simples desabafo popular — ele exige análise técnica, consciência dos direitos do cidadão e, principalmente, orientação jurídica qualificada.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) existe para garantir segurança viária e ordem no trânsito. No entanto, na prática, muitos motoristas se deparam com notificações infundadas, multas aplicadas de forma massiva por radares e uma sensação constante de estarem sendo apenas alvo de arrecadação, não de proteção.

E aqui começa o ponto mais crítico: quando o poder de polícia de trânsito é desvirtuado e passa a atuar mais como mecanismo arrecadatório do que educativo, o direito do cidadão está sendo violado.

O que está por trás da “indústria da multa”?

Primeiro, é importante destacar que nem toda multa é indevida. Muitas são legítimas, aplicadas dentro da legalidade e da necessidade de punir condutas perigosas. O problema está no excesso, na irregularidade dos processos administrativos e na rotina de condutores que muitas vezes só descobrem que estão prestes a perder a CNH quando já é tarde demais.

Radares escondidos, sinalizações confusas, incoerências no procedimento da autuação e até mesmo infrações aplicadas de forma arbitrária são alguns dos elementos que alimentam essa sensação de injustiça generalizada.

E o que poucos sabem: é possível contestar e reverter tudo isso com base na lei, a depender do caso.

O problema é que a maioria dos motoristas por desconhecimento, medo de tentar ou por achar que “não vai dar em nada”, deixam de recorrer ou se defendem de forma genérica, com recursos prontos da internet que raramente funcionam. Resultado? Pagam por algo que muitas vezes nem devia.

Então, como se proteger?

A primeira dica é simples: não ignore as notificações que chegam do Detran ou de outros órgãos de trânsito. Leia com atenção, verifique as informações e sempre que possível, consulte um profissional especialista. Muitas penalidades podem ser canceladas não porque a infração não existiu, mas porque o processo ocorreu de forma irregular.

Outro ponto fundamental: não espere perder a CNH para buscar ajuda. Quanto mais cedo houver orientação, maior a chance de reversão ou anulação de penalidades.

E, acima de tudo, fique atento ao seu histórico de pontuação. Com o aumento da fiscalização eletrônica e da digitalização dos autos, é possível que você esteja somando pontos no prontuário de habilitação sem se dar conta. Hoje, por exemplo, bastam 20 (vinte) pontos, no período de 12 (doze) meses, para ser penalizado com a suspensão do direito de dirigir, dependendo do tipo de infração praticada.

Conclusão

De fato, existe, sim, um desequilíbrio evidente entre o que deveria ser a fiscalização educativa e o que, em muitos casos, se tornou um sistema “automático” de multas. Mas o que faz a diferença não é só se revoltar, e sim conhecer e exercer seus direitos, agir dentro da legalidade e contar com orientação especializada.

A “indústria da multa”, se existe, só prospera sobre a desinformação e inércia do motorista. E o conhecimento jurídico — aliado à ação estratégica — é a ferramenta mais poderosa para virar esse jogo.

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