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Uma jornada de autoconhecimento em pleno Sertão alagoano » Alagoas Notícia Boa

Uma jornada de autoconhecimento em pleno Sertão alagoano » Alagoas Notícia Boa

Imagina passar dois dias em um dos biomas mais lindos do Brasil e voltar para casa com cinco grandes lições para a vida. Essa é a história de Fabrícia Zara, 48 anos, que passou 48 horas imersa em uma aventura ecológica e espiritual.

Fabrícia atua com marketing digital. Recentemente postou em suas redes sociais a experiência de passar 48 horas na Caatinga, durante um acampamento. O post viralizou, e Fabrícia conversou com o Alagoas Noticia Boa (ALNB) sobre sua vivência no semiárido alagoano.

A ideia de participar da 8ª edição do 48 horas na Caatinga surgiu após uma série de acontecimentos na vida de Fabrícia, que começou em 2023, incluindo a mudança de profissão. Ela escolheu dar um novo rumo à sua vida, buscando um estilo mais flexível que lhe permitisse explorar mais o mundo.

“Antes dessa formação, eu já estava vivendo um processo. Eu era servidora pública, trabalhando no fórum. A área jurídica tinha muitos processos, e aquele estilo de vida estava me cansando. Aí, um belo dia, pensei: ‘Acho que preciso buscar outra coisa, a busca infinita por dinheiro e melhores condições já não cabia mais no meu modo de pensar’”, conta.

Um dos hábitos que Fabrícia tentou resgatar foi o contato com a natureza.

“Minha família é de Viçosa, cresci com a natureza. De repente, perdi esse costume. Resolvi, aos poucos, ir mudando de vida. Hoje, consigo me ausentar numa quinta-feira e viajar numa sexta-feira de manhãzinha. Aos 48 anos, percebi que nunca havia conhecido o Sertão do meu estado, apesar de já ter viajado até para o exterior”, explica Fabrícia.

Fabrícia seguiu o Instituto SOS Caatinga e aproveitou a oportunidade de participar da 8ª edição do “48h de Aventura na Caatinga”, onde, junto com outras 70 pessoas, conheceu um pouco do bioma que faz parte do Sertão alagoano.

Fabrícia postou um vídeo nas redes sociais dias antes do acampamento, mostrando aos seus seguidores os itens necessários para uma experiência segura na mata. A partir do engajamento, ela resolveu compartilhar mais informações sobre a sua proximidade aventura.

A viagem durou aproximadamente três horas. Fabrícia e sua amiga Gabriele foram até o povoado Caboclo, zona rural de São José da Tapera, cerca de 220 km de Maceió.

Ao chegar ao local, uma das primeiras coisas que chamou a atenção das amigas foi a hospitalidade e a forma gentil como os moradores as recepcionaram.

“A hospitalidade do nordestino é uma coisa que não tem lugar nenhum do mundo”, acrescentou.

Em sua postagem, Fabrícia destaca cinco grandes lições que jamais vai esquecer: “Eu coloquei cinco, mas são muitas. Reuni em um post as principais e as que eu acho que muitas pessoas precisam ler”.

Confira as cinco lições da Caatinga

1. Renovação

A primeira lição que Fabrícia trouxe é a renovação e a forma como tudo é cíclico.

“Uma hora está em cima, uma hora está embaixo. Como as marés sobem, as marés descem. Então, a natureza é muito sábia. Nós precisamos ver e aprender com a natureza; nenhum animal, nenhuma planta se desespera. A hora da seca vem, e a abundância também”, reflete.

2. Resiliência

A resiliência muitas vezes vem da forma como enxergamos o mundo.

“Sempre tive a imagem da Caatinga como um lugar seco, árido, cheio de dificuldades. E, de fato, ela tem seus períodos duros, momentos realmente complicados. Mas, ao mesmo tempo, quem vive ali ensina sobre força e adaptação, encontra caminhos para resistir. Precisamos ter essa capacidade de nos reinventar, de encontrar a saída mesmo quando tudo parece hostil”.

3. Abundância

A terceira lição acompanha a segunda.

“Quando somos resilientes, entendemos que há momentos em que vai faltar, mas que há depois. A abundância e o acesso fazem parte de uma das lições que a Caatinga me ensinou. É a certeza de que, após uma dificuldade, a vida renasce: o verde retorna, a esperança brota, e a abundância se faz presente.”

4. Esperança

O quarto aprendizado fala sobre um sentimento que nunca pode nos faltar.

“As pessoas hoje estão bem desesperançosas, porque estão adoecidas. Essa questão da conexão com a natureza deveria ser indicada em receita médica. Temos que ter esperança sempre, não podemos deixar esse sentimento morrer dentro da gente, ponto final. A natureza não perde as esperanças de que dias melhores virão, então nós precisamos ser da mesma forma, sempre esperançosos de que o melhor estar por vir”.

5. Desapego

A última, mas não menos importante lição, fala sobre desapego. Para Fabrícia, é preciso estar vivendo o presente sem se preocupar com o futuro; nós só temos um momento para viver, e esse momento é o agora.

Em setembro, após a quadra chuvosa, a Caatinga apresenta a vegetação mais verde, com mais vida, mas isso é temporário; o verão chega em dezembro.

“Falei sobre o desapego porque, ao ver a Caatinga toda verde, percebi sua beleza plena. Mas não posso me apegar apenas a esse instante, porque sei que a seca virá. E, mesmo na seca, a Caatinga não deixa de ser linda: ela apenas revela outras formas de existir. Continua digna do mesmo respeito. O problema é que muitos só enxergam a face árida, associando-a à miséria. Mas é preciso desapegar dessa visão limitada.”

“A vida também é assim. Não podemos nos prender apenas aos momentos bons, porque eles passam. Do mesmo modo, os períodos difíceis também são passageiros. Tudo se transforma, tudo se renova.”

Conheça a iniciativa

Fabrícia foi uma das participantes do “48 Horas de Aventura na Caatinga” , promovido pelo Instituto SOS Caatinga. O evento, já consolidado entre os principais encontros de educação ambiental do país, oferece uma experiência de imersão no único bioma exclusivamente brasileiro , unindo ciência, aventura e conservação.

Criado em 2016, o projeto nasceu de uma simples iniciativa de acampamento entre amigos e cresceu até se transformar em uma referência na promoção do conhecimento sobre a Caatinga.

Em dois dias de atividades intensas, os participantes terão acesso a palestras com especialistas renomados , trilhas guiadas, oficinas práticas e a possibilidade de realizar rapel em paredões naturais do semiárido alagoano.

Segundo Marcos Araújo, presidente da SOS Caatinga, o momento permite que as pessoas possam viver a união entre vivência ambiental e ciência .

“Nosso evento mistura ciência, emoção e adrenalina. Pessoas que nunca tiveram a experiência de passar um dia na mata, fazer uma trilha ou praticar rapel vivenciam tudo isso em apenas 48 horas de aventura na Caatinga. Normalmente, quem participa pela primeira vez não deixa de voltar para a segunda ou terceira edição”, afirma Marcos.

A estrutura do evento conta com área de camping , banheiros, chuveiros, refeições completas e suporte de socorristas, SAMU e do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) . Além da aventura, os inscritos recebem seguro de vida e certificado de participação.

A próxima edição será realizada nos Cânions do Rio São Francisco, em Piranhas, Delmiro Gouveia e Olho d’Água do Casado. Saiba mais em @institutososcaatingaoficial.



Notícia Boa – Alagoas

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