As inscrições para os cursos de Aplicador da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e de Planejamentos Pedagógicos Individualizados (PDI, PAI e PEI) estão abertas em Maceió. As formações são iniciativas do Centro Inclusivo Interdisciplinar Acadêmico de Pernambuco (CIIAP), em parceria com o Espaço Terapêutico Aprender.
As aulas presenciais terão início nos dias 5 e 12 de julho, respectivamente, no Hotel Reymar Express, no bairro da Jatiúca. Informações sobre valores e inscrições podem ser obtidas pelos WhatsApps: (81) 9 9917-9381 e (82) 9 9664-6201.
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O curso de Aplicador ABA é voltado para profissionais da saúde e da educação — como psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, estudantes e demais interessados em atuar com inclusão.
Capacitação especializada
O objetivo é capacitar participantes na aplicação prática da ABA, uma metodologia com comprovação científica para o desenvolvimento de habilidades e para o tratamento de comportamentos desafiadores, especialmente em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Já o curso de formação em PDI, PAI e PEI tem como público-alvo professores, coordenadores pedagógicos, terapeutas e demais profissionais da educação e saúde interessados em inclusão escolar e intervenção individualizada.
A proposta é qualificar participantes para elaborar planejamentos pedagógicos individualizados, com foco em práticas inclusivas e estratégias fundamentadas em evidências científicas.
Ciência ABA e inclusão na prática
Gestora da Clínica Aprender, psicopedagoga, psicomotricista e mãe atípica, Vanessa Lima conduz os cursos com base na experiência pessoal e na prática profissional. Sua trajetória com a ciência ABA começou com o diagnóstico do filho, aos dois anos de idade.
“Quando iniciei minha jornada, eu já era formada, mas comecei como mãe atípica, tentando entender como funcionava a ciência ABA”, relata.
Segundo Vanessa, a ABA é reconhecida por sua eficácia no desenvolvimento de pessoas com TEA.
“A grande sacada da ciência ABA é a individualização. Cada programa é único e respeita o ritmo e as necessidades da criança”, afirma.
A profissional explica que o curso de Aplicador ABA ensina os fundamentos da ciência para que familiares, terapeutas e cuidadores possam aplicar os programas estruturados por analistas do comportamento.
“Um aplicador pode ser um familiar, terapeuta ou cuidador”, esclarece.
No caso do curso de PDI, PAI e PEI, o foco está em capacitar profissionais da educação para elaborar planos de ensino ajustados às necessidades de cada aluno com deficiência.
Desafios e demandas
Vanessa aponta falhas estruturais na educação inclusiva.
“Fizemos a inclusão no papel, mas o currículo das faculdades não mudou”, critica.
“Hoje, a escola recebe a criança e, muitas vezes, não está preparada. O mercado está aquecido em busca de pessoas que tenham esse conhecimento”.
Ela destaca ainda que a inclusão precisa alcançar outros setores da sociedade.
“Supermercados, hotéis e diversos serviços precisam estar prontos para acolher essas pessoas. Ter empatia não basta; é preciso conhecimento”.
A participação da família também é um ponto central, defende.
“É imprescindível que a família esteja ciente de como a terapia é feita. A clínica é apenas um braço, mas a família é onde a criança passa mais tempo”.
Inscrições abertas
O curso de Aplicador ABA oferece 60 vagas, das quais 20 já estão preenchidas. Já o curso de PEI disponibiliza 120 vagas, com cerca de 80 ainda disponíveis.
“Nosso intuito é atingir o maior número possível de famílias, instituições e profissionais”, reforça Vanessa.
Ela finaliza com uma mensagem de esperança. “Eu desejo um mundo que esteja preparado para receber a diferença.”
Mães também aprendem para ensinar
Mãe de dois filhos com TEA e estudante de Pedagogia, Mércia Silva participou da edição anterior do curso de PEI e, agora, também está inscrita no de Aplicador ABA. Para ela, trazer os cursos para Maceió representa mais que uma economia financeira.
“Muitos profissionais mencionam o alto custo, que envolve não apenas o curso em si, mas também as despesas com deslocamento para Recife. Ao capacitar mais profissionais, estamos construindo uma cidade mais inclusiva, o que trará benefícios diretos para nossos filhos”, destaca.
“Pra mim, que sou estudante de pedagogia e mãe de criança com autismo, é muito importante colocar a mão na massa, fazer o curso na prática, tirar dúvidas e me capacitar. Eu digo que estou aprendendo pra ensinar”, conclui.
