Os novos ataques que o Irã começou a fazer em Tel Aviv e outras cidades de Israel nesta sexta-feira (13) estão alvejando civis, segundo as Forças Armadas de Israel.
“Civis israelenses estão atualmente sendo alvos do regime iraniano. O mundo não pode ficar em silêncio”, disseram as forças israelenses em uma publicação nas redes sociais após o ataque.
O serviço de emergência da cidade afirmou que 15 pessoas ficaram feridas por conta do ataque, segundo o jornal israelense “Haaretz”.
A nova leva de mísseis do Irã atingiu Tel Aviv de forma sem precedente na noite desta sexta pelo horário local (fim da tarde pelo horário de Brasília). Segundo a mídia local, mais de 15 pessoas ficaram feridas, e prédios no centro da cidade foram atingidos. Houve relatos de explosões também em Jerusalém.
Durante os ataques, as forças israelenses também publicaram um mapa de Israel mostrando os locais onde sirenes por risco de mísseis foram ativadas:
Mapa divulgado pelas Forças Armadas israelenses mostra locais de Israel onde sirenes por risco de mísseis foram ativadas, em 13 de junho de 2025. — Foto: Divulgação/ Forças Armadas de Israel
Ataque
A mídia estatal do Irã afirmou que os militares do país lançaram centenas de mísseis balísticos contra Israel nesta sexta-feira (13). As Forças de Defesa israelenses confirmaram o ataque e disseram ter acionado seus sistemas de defesa. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém.
Os ataques ocorreram logo após o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmar que o país iria retaliar Israel pelos ataques contra instalações militares e nucleares iranianas na noite de quinta (12), no horário de Brasília.
Logo após o início da resposta do Irã, Khamenei acusou Israel de ter iniciado uma guerra e afirmou que o governo israelense cometeu “um grande erro”.
“A nação iraniana não permitirá que o sangue de seus valiosos mártires fique sem vingança, nem ignorará a violação de seu espaço aéreo.”
A Guarda Revolucionária do Irã afirmou que lançou ataques contra vários alvos em Israel. À agência Reuters, um oficial iraniano declarou que a retaliação “apenas começou” e prometeu que Israel “vai pagar caro” pelas mortes de militares, cientistas e civis iranianos.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel disseram que as explosões registradas foram causadas tanto pelo impacto de mísseis quanto por interceptações do sistema de defesa. O governo israelense afirmou ainda que o Irã lançou ataques contra áreas residenciais.
O jornal israelense Haaretz disse que sete pessoas ficaram feridas em uma cidade na região central do país. Até a última atualização desta reportagem, nenhum balanço oficial havia sido divulgado.
A TV estatal do Irã noticiou que um caça israelense foi abatido, e que o piloto foi preso pelos militares iranianos. No entanto, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que a informação é falsa.
O ataque de Israel
Nesta sexta, Israel retomou os ataques ao Irã. Fortes explosões foram ouvidas nos arredores de Teerã por moradores da capital. Segundo a imprensa estatal iraniana, defesas aéreas foram ativadas e interceptaram mísseis israelenses no sul do país.
Israel afirma que o objetivo da operação é impedir o avanço do programa nuclear iraniano. O bombardeio de quinta também matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri. Dois cientistas nucleares também foram mortos.
A agência de notícias iraniana Fars informou que pelo menos 78 pessoas morreram e outras 329 ficaram feridas nos ataques israelenses.
Irã classificou ataques como ‘declaração de guerra’
Ali Khamenei disse que Israel receberá “um destino amargo” e afirmou que a ação revela a “natureza perversa” de Israel. O líder também declarou que sucessores dos militares logo assumirão as funções e darão continuidade ao trabalho.
“A mão poderosa das Forças Armadas da República Islâmica não os deixará impunes, se Deus quiser. Com esse crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si mesmo — e certamente o receberá”, afirmou.
O governo também afirmou que o ataque foi uma “declaração de guerra” de Israel. Essa foi a descrição do ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, em carta enviada à ONU.
Abbas pediu que o Conselho de Segurança da ONU “trate imediatamente dessa questão”, informou o ministério. Horas depois, uma reunião de emergência foi convocada pelo Conselho para esta sexta-feira.
Na TV estatal, o porta-voz das Forças Armadas iranianas, general Abolfazl Shekarchi, acusou os Estados Unidos de apoiarem o ataque. Ele afirmou que americanos e israelenses vão pagar um preço alto pelos bombardeios.
Os Estados Unidos negaram envolvimento direto na operação. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que “Israel tomou uma ação unilateral” e que “a prioridade dos EUA é proteger suas tropas na região”. Segundo ele, Washington foi informado, mas não participou da ação.
No entanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o Irã por um acordo nuclear “antes que não sobre mais nada”.
O ataque acontece em meio a crescentes tensões entre os dois países e ao desenvolvimento do programa nuclear iraniano.
Pouco após Israel lançar o bombardeio contra o Irã, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou um pronunciamento gravado com antecedência.
“Estamos em um momento decisivo na história de Israel”, disse.
Em seu discurso, o primeiro-ministro disse que a operação militar tem como objetivo deter “a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel” e que os ataques continuarão “por quantos dias forem necessários”.
Segundo um oficial das Forças de Defesa de Israel, o Irã possui urânio suficiente para construir ogivas nucleares em questão de dias. O regime iraniano também está em um estágio avançado de um programa nuclear secreto para desenvolver uma bomba.
Uma nota divulgada pela embaixada de Israel no Brasil afirmou que o Irã é o “principal patrocinador do terrorismo global” e representa uma ameaça ao Estado.