SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0 – O ato programado por movimentos de esquerda e o PT para sair em defesa das políticas econômicas do governo Lula, nesta quinta-feira (10), redirecionou o foco também para as tarifas de 50% ao Brasil anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Realizado em frente ao Masp, na avenida Paulista, na região central da capital, inicialmente o protesto mirava o Congresso e o centrão, de forma mais ampla, para pressionar pela taxação dos mais ricos, a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais e pelo fim da escala 6×1 de trabalho.
No entanto as tarifas anunciadas por Trump nesta quarta (9) fizeram com que os manifestantes passassem a protestar também contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado como uma figura que atua apenas em defesa própria e contra os interesses do país. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiador tanto de Bolsonaro como de Trump, também virou um dos alvos da manifestação.
“Nós estamos loucos para xingar o Trump, mas não temos nada para falar para ele”, disse um dos homens no carro de som em frente ao Masp.
Os manifestantes começaram a se aglomerar no quarteirão entre a rua Pamplona e a rua Plínio Figueiredo, que antes das 18h já estava fechado para a passagem de carros.
Na Paulista há faixas de movimentos como UGT, CUT, MTST, bandeiras do PSOL e do PT. Placas pediam pelo fim da escala 6×1 e por “diversidade e igualdade”.
Os participantes puxaram coro de “Fora, Tarcísio” nos intervalos das músicas que tocavam no carro de som, antes de os discursos começarem.
Na carta enviada a Lula comunicando a decisão de taxar em 50% os produtos brasileiros, na quarta, Trump saiu em defesa de Bolsonaro, a quem tem classificado como perseguido político no julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal).
Tarcísio admitiu nesta quinta que as medidas de Trump trarão impactos negativos à economia paulista, que tem nos EUA seu principal destino de exportação, mas reforçou a defesa a Bolsonaro e cobrou do governo Lula novas negociações.
O governador, inclusive, viajou a Brasília nesta tarde para se reunir com Bolsonaro em um encontro não previsto em sua agenda.