Comemorado em 1º de maio, o Dia da Inteligência Artificial chama atenção para o avanço do uso dessa tecnologia em diferentes setores da sociedade e para os desafios relacionados à sua implementação e regulação.
Embora o termo “inteligência artificial” tenha sido formalizado apenas em 1956, durante uma conferência no Dartmouth College, nos Estados Unidos, as tentativas de reproduzir o raciocínio humano por meio de máquinas remontam à antiguidade.
Esses avanços foram possibilitados por marcos históricos importantes. Em 1943, foi proposto o primeiro modelo de rede neural artificial. Em 1950, Alan Turing apresentou o teste que leva seu nome e ainda hoje é referência para medir a capacidade de uma máquina em reproduzir o comportamento humano.
Entre as décadas de 1970 e 1990, linguagens específicas e o crescimento da capacidade computacional abriram caminho para o salto tecnológico que consolidou a IA como ferramenta estratégica em escala global.
Tecnologia já impacta diferentes áreas e setores
Hoje, o uso de IA está presente em diversas aplicações cotidianas, muitas vezes sem que o usuário perceba. Sistemas de recomendação em plataformas de streaming, assistentes virtuais, reconhecimento facial, navegação por GPS e diagnósticos assistidos por computador são exemplos do uso disseminado dessa tecnologia.
A adoção da IA se expandiu para áreas como saúde, finanças, agricultura, energia, transporte e educação. Na saúde, ela contribui com diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados.
No setor financeiro, é usada para análise de riscos e automatização de investimentos. Em ambientes educacionais, auxilia na personalização do aprendizado. Já no campo, sensores inteligentes e drones aprimoram o monitoramento de lavouras e a gestão de recursos.
Regulação e ética ganham destaque no debate sobre o futuro da IA
Com o crescimento acelerado do uso da IA, também crescem os debates sobre riscos e responsabilidades. Há preocupações com a transparência dos algoritmos, a proteção dos dados pessoais, o risco de reprodução de vieses e os impactos sobre o emprego. O desafio de explicar decisões tomadas por sistemas automatizados é especialmente crítico em áreas sensíveis, como saúde, segurança pública e justiça.
Para Fabiano Carvalho, especialista em transformação digital e CEO da Ikhon Gestão Conhecimentos e Tecnologia, a IA está remodelando tanto a estrutura do trabalho quanto àsas competências exigidas para o futuro. “A inteligência artificial vem acelerando processos e otimizando decisões em diversos setores. Nos próximos anos, veremos uma ampliação ainda maior desse impacto em áreas como cidades inteligentes, logística e administração pública”, afirma.
Segundo Fabiano, à medida que tarefas operacionais forem automatizadas, os profissionais precisarão concentrar-se em atividades que exijam raciocínio crítico, criatividade e conhecimento técnico. “O diferencial estará na capacidade de adaptação e no aprendizado contínuo. Quem entender como aplicar a IA de forma ética e eficiente terá mais chances de sucesso”, completa.
O especialista também destaca os desafios éticos que acompanham a incorporação da IA no ambiente corporativo. Entre eles, a transparência algorítmica, o risco de discriminação nos dados e a responsabilidade pelas decisões automatizadas. “Muitas vezes, as escolhas feitas por sistemas de IA não são compreensíveis por humanos, o que exige uma governança robusta, com auditorias técnicas, equipes diversas e critérios éticos bem definidos”, explica o CEO da Ikhon.
No campo regulatório, o especialista avalia que a regulamentação em andamento é um passo necessário para equilibrar inovação e responsabilidade. Ele cita o AI Act, aprovado na União Europeia, como exemplo de legislação abrangente que prioriza a transparência e o uso seguro da tecnologia. No Brasil, os debates sobre um marco legal seguem em curso no Congresso Nacional, com foco na proteção de direitos fundamentais diante do avanço tecnológico.
Fonte: IT Comunicação Integrada