Carro de Vinicius Drumond é encontrado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo
Alvo de uma emboscada nesta sexta-feira (11), o contraventor Vinicius Drumond foi seguido pelos atiradores depois de sair de uma academia, localizada no Casa Shopping, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo a investigação, ele foi seguido por criminosos armados com fuzis, que abriram fogo contra seu carro, um Porsche Taycan Turbo blindado, na Avenida…
Alvo de uma emboscada nesta sexta-feira (11), o contraventor Vinicius Drumond foi seguido pelos atiradores depois de sair de uma academia, localizada no Casa Shopping, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo a investigação, ele foi seguido por criminosos armados com fuzis, que abriram fogo contra seu carro, um Porsche Taycan Turbo blindado, na Avenida das Américas, na manhã de sexta-feira (11).
Vinícius era o único ocupante do carro de luxo e chegou a dizer para um dos policiais que investigam o caso que na hora dos disparos deitou completamente o banco do motorista e não viu os tiros.
As portas e janelas do Porsche ficaram crivadas de balas. Foram mais de 30 tiros na lateral esquerda, onde Vinicius, que dirigia o carro, estava. O atentado aconteceu por volta das 11h, na Avenida das Américas, uma das principais vias da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
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Porsche do bicheiro Vinicius Drumond ficou crivado de balas — Foto: Raoni Alves/g1 Rio
🕒 Cronologia do atentado
- Vinícius Drumond estava treinando em uma academia no Casa Shopping, na Barra da Tijuca;
- Ao sair, ele entrou em seu carro, um Porsche Taycan Turbo 2023, blindado e elétrico;
- Ele seguiu pela Avenida das Américas. Segundo testemunhas, ele era acompanhado por seguranças em outro veículo;
- Um Honda HR-V azul escuro se posicionou entre o carro de Vinícius e o dos seguranças;
- O HR-V emparelhou com o Porsche na pista central da via;
- Criminosos armados com fuzis abriram fogo contra o carro de Vinícius;
- Ele se abaixou dentro do veículo e conseguiu escapar dos disparos;
- Testemunhas relataram que seguranças reagiram, e houve troca de tiros;
- Vinícius dirigiu até o Hospital Barra D’Or, a cerca de 4,3 km do local do atentado.
- Ele foi atendido com escoriações leves causadas por estilhaços de vidro e liberado;
- O Porsche foi periciado no estacionamento do hospital e depois levado à delegacia;
- A lateral esquerda do carro apresentava mais de 30 marcas de tiros;
- O Honda HR-V usado no ataque foi encontrado abandonado na Rua Mário Larrubia, em Guaratiba (cerca de 36 km do local do crime);
- O carro tinha marcas de tiros, um pneu estourado e seteiras (furos para disparos com fuzis);
- A polícia acredita que havia pelo menos três criminosos no veículo;
- A polícia investiga se os criminosos roubaram uma caminhonete branca após abandonarem o HR-V. Eles teriam fugido para a Baixada Fluminense.
Carro preparado para o ataque
O veículo usado no ataque foi encontrado abandonado em Guaratiba, também na Zona Oeste, 2 horas depois do atentado.
Além de diversas marcas tiros, o carro tinha furos nos vidros laterais meticulosamente cortados. Conhecidas seteiras, elas servem para acomodar os canos de fuzis e atirar de dentro para fora.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia inicial no veículo. A polícia acredita que pelo menos três criminosos participaram do ataque, utilizando duas seteiras camufladas: uma na porta dianteira e outra na traseira, ambas do lado do passageiro.
A utilização de seteiras é uma técnica comum em fortificações antigas. Ela permite que o atirador mantenha o corpo protegido enquanto observa e dispara contra alvos externos. O recurso é usado em contextos militares e, em alguns casos, por grupos que constroem barricadas defensivas improvisadas.
O carro de Vinicius passou por perícia lá mesmo no estacionamento no hospital e depois foi levado para a delegacia (veja outras imagens do atentado ao fim desta reportagem).
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Carro usado no ataque tinha seteiras, para atirar de dentro para fora — Foto: Raoni Alves/g1 Rio
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Veja onde foi o ataque a Vinicius Drumond — Foto: Infografia: Dhara Pereira/g1
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Vinicius é filho do bicheiro Luizinho Drumond, morto em 2020.
Além da influência na escola de samba Imperatriz Leopoldinense, ele herdou do pai de pontos do bicho em bairros como Ramos, Manguinhos, Maré, Bonsucesso, Complexo do Alemão, Penha, Parada de Lucas e Vigário Geral e agora faz parte da nova cúpula do jogo do bicho no Rio.
Atualmente, porém, a agremiação é presidida pela filha de Luizinho, Cátia, e Vinicius não participa mais, segundo apurou o g1.
Há poucos dias, Vinicius também foi anunciado como patrono da escola de samba Em Cima da Hora, da Série Ouro.
Mas os negócios de Vinicius, segundo a polícia, vão além do jogo do bicho.
As investigações apontam que ele usava dinheiro da contravenção para financiar um esquema de furto de petróleo dos dutos da Petrobras. Ele chegou a ser alvo de uma operação no início do ano.
Vinicius Drumond também é investigado pelo assassinato do empresário Manuel Agostinho Rodrigues de Miranda, em Del Castilho, em 2024.
Agostinho era o principal aliado de Luizinho Drumond, mas após a morte do pai, ele e Vinicius se desentenderam. Por isso, Vinicius acabou se tornando um dos suspeitos. A investigação ainda está em andamento.
A polícia também analisa se ele tem ligação com o assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em frente ao prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Centro, em fevereiro de 2024.
As investigações apontam que o PM Leandro Machado, preso por fazer a vigilância do advogado antes do crime, é segurança de Vinicius. A polícia ainda tenta descobrir quem foram os executores e os mandantes.
O atentado contra Vinicius é mais um na guerra travada há décadas entre contraventores do Rio — uma disputa sangrenta por pontos de venda de jogo do bicho que envolveu até os familiares.
Outros ataques na Zona Oeste
Pelo menos outros dois ataques também aconteceram na Avenida das Américas. Em 1998, Paulinho de Andrade, filho do bicheiro Castor de Andrade, foi executado a tiros junto do segurança.
Eles pararam num sinal de trânsito quando um homem fez 13 disparos com uma pistola nove milímetros.
Doze anos depois, o contraventor Rogério Andrade passava pela Avenida das Américas com o filho Diogo quando uma bomba explodiu dentro do carro. Rogério sobreviveu ao atentado, mas o filho morreu na hora.
Em 2017, o contraventor Haylton Carlos Gomes Escafura, filho de Piruinha, foi encontrado morto num motel na Barra da Tijuca. O crime aconteceu poucos meses depois de ele sair da cadeia por envolvimento com máquinas caça-níqueis.
O bicheiro Bernardo Bello chegou a ser preso na Colômbia acusado do crime.
O atentado a Vinicius Drumond está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) por se tratar de um caso que pode ter relação com outros três assassinatos.
A polícia procura imagens de câmeras da região que possam ter registrado o crime.
A TV Globo não conseguiu contato com a defesa de Vinicius Drumond.
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Tiroteio na Barra da Tijuca — Foto: Reprodução/TV Globo
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