A produção alagoana “O Mapa em que Estão Meus Pés”, de Luciano Pedro Jr., foi escolhido o melhor curta-metragem brasileiro pelo júri da crítica no 53º Festival de Cinema de Gramado. O anúncio aconteceu na noite dessa sexta-feira (22), no Palácio dos Festivais.
O Kikito, troféu aos vencedores do Festival de Cinema de Gramado – um dos mais tradicionais da América Latina -, foi entregue por Cristian Verardi e Ivana Almeida ao diretor Luciano Pedro Jr. e ao produtor Rafhael Barbosa, destacando a força e a sensibilidade da obra.
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“É uma conquista histórica porque é a primeira vez que um filme alagoano ganha o Kikito em Gramado”, celebrou Barbosa, em entrevista ao Alagoas Notícia Boa (ALNB).
O curta fez sua estreia mundial no 53º Festival de Cinema de Gramado. O filme é uma produção da La Ursa Cinematográfica, em coprodução com a Fumaça Azul Neon. A lista de filmes selecionados foi divulgada no dia 17 de julho.
Segundo a organização, mais de mil curtas de todas as regiões do país se inscreveram para a categoria, e apenas 12 obras foram escolhidas.

“O Mapa em que Estão Meus Pés” foi inteiramente rodado em película super-8, com filmagens nas cidades de Barra de Santo Antônio, Porto de Pedras e Maceió, no litoral alagoano.
O enredo resgata uma história improvável vivida por Sebastião, bisavô de Luciano, um pescador e agricultor que passou a vida inteira numa vila de pescadores em Porto de Pedras.
Lá ele formou família com sua esposa Edna e mais de 10 filhos. No filme, Sebastião é interpretado pelo ator alagoano Igor de Araújo (“O Agente Secreto”), responsável pela voz que conduz a narrativa.

“O filme é inspirado numa viagem feita pelo meu bisavô, um retorno a sua cidade natal. Então eu criei uma fabulação em que eu encontro uma caixa com os rolos de super-8 filmados por ele e nunca revelados. O super-8 é um modo de filmar muito pessoal, artesanal, caseiro e um tipo de filme que é basicamente um arquivo de memória familiar ou de registro da sociedade”, conta Luciano.
“O Mapa em Que Estão Meus Pés” foi realizado com recursos do Prêmio Pedro da Rocha, da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult/AL). O filme também contou com recursos da Lei Paulo Gustavo para sua finalização, além de apoio da prefeitura de Barro de Santo Antônio e de Porto de Pedras.
“Boa noite! Eu gostaria de primeiramente agradecer aos orixás por me permitirem estar aqui nessa noite contando uma história sobre um ancestral meu. Eu acho muito importante que a gente crie e reconstrua a memória das nossas famílias para a gente entender de onde a gente veio e para onde a gente está caminhando”, disse Luciano, ao discursar durante a cerimônia. Confira no vídeo abaixo:
Texto com assessoria
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