Veterinária Marcela Ortiz, especialista em aves, em atendimento, explicou o caso da galinha de Santa Bárbara. — Foto: Arquivo pessoal
Galo ou galinha? Uma ave chamou a atenção dos donos, em um galinheiro, na cidade de Santa Bárbara, Região Central do estado. Penas mais longas, canto forte e o mais estranho: parou de botar ovos. Segundo Bruna Gomes, sobrinha do dono do galinheiro e que enviou o vídeo para o g1, toda a família está…
Galo ou galinha? Uma ave chamou a atenção dos donos, em um galinheiro, na cidade de Santa Bárbara, Região Central do estado. Penas mais longas, canto forte e o mais estranho: parou de botar ovos.
Segundo Bruna Gomes, sobrinha do dono do galinheiro e que enviou o vídeo para o g1, toda a família está admirada com o que aconteceu. As mudanças mais nítidas na ave têm acontecido há uns seis meses. Nunca tinham presenciado nada parecido.
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“No galinheiro do meu tio, em Santa Bárbara, tem umas vinte galinhas. E só ela tá diferente. E ela só começou a ficar assim, depois que o único galo foi morto. As penas foram crescendo aos poucos e nunca mais ela botou. Ela já tá com uns dois anos e meio de idade. Essa não pode ir pra panela”, disse Bruna Gomes.
🐔 O que diz a ciência?
O g1 enviou o vídeo para a médica veterinária Marcela Ortiz, especialista em aves. Ela explicou que o ideal seria submeter a ave a exames porém, há relatos científicos que apontam que esse tipo de alteração pode ocorrer.
“Caso a ave tenha realmente botado ovos e agora cessou a postura e desenvolveu características físicas e comportamentais masculinas, uma das explicações é o ginandromorfismo, que equivale ao que ocorre quando o humano é hermafrodita. No caso citado, pode ser que a ave nasceu com os dois órgãos sexuais, ovário e testículos. Nas aves apenas o ovário esquerdo é ativo e os testículos são internos, somado a ausência de órgão de cópula, dificulta o diagnóstico destes casos. Provavelmente o ovário estava ativo, inclusive produzindo ovos, mas algum fator fez com que ele parasse, como a ausência do galo que tinha no galinheiro. Assim, o testículo começou a produzir testosterona”, explicou a veterinária Marcela Ortiz.
Ainda segundo Marcela Ortiz, casos assim são raríssimos.
“É um caso raro, acho interessante uma ave mudando de gênero. Fiquei curiosa sobre o comportamento das outras aves, imagino que sejam bem resolvidas e aceitaram bem a condição do colega”, brincou Marcela Ortiz.
“No galinheiro do meu tio não tá tendo briga entre elas não. Aceitaram numa boa. E ela já ganhou até nome: Galolinha”, brincou Bruna Gomes.