Nos últimos dois anos, a inteligência artificial generativa deixou de ser apenas um recurso promissor para se tornar uma das maiores forças de transformação no mundo dos negócios.
A capacidade de algoritmos criarem textos, imagens, códigos e até soluções complexas de forma autônoma vem remodelando setores inteiros, do marketing ao jurídico, e promete alterar radicalmente a forma como empresas desenvolvem produtos e interagem com seus clientes.
De acordo com projeções da McKinsey, o impacto econômico da IA generativa pode chegar a US$ 4,4 trilhões por ano em produtividade global. No Brasil, o movimento também ganha tração: dados da IDC indicam que 67% das grandes empresas planejam aumentar seus investimentos em inteligência artificial até 2026, com foco em automação, atendimento ao cliente e desenvolvimento de software.
Para Raquel da Rosa Oliveira Leira Nicolau, engenheira de software com 18 anos de carreira e head de engenharia no iFood, estamos diante de um divisor de águas:
“A IA generativa não é apenas uma ferramenta de suporte, mas um novo paradigma. Ela pode escrever códigos, simular cenários de negócios e acelerar testes, permitindo que equipes de tecnologia entreguem em semanas o que antes levaria meses. A questão não é se ela será adotada, mas como e em que velocidade as empresas conseguirão incorporá-la”, avalia.
Segundo Raquel, o uso da IA já começa a modificar a rotina dos times de engenharia de software. No iFood, por exemplo, modelos de machine learning são utilizados para segmentação de clientes, análise de funis e personalização de ofertas. Agora, a expectativa é de que a IA generativa seja aplicada também na otimização de processos internos e na criação de produtos digitais escaláveis.

Mas a especialista alerta para os desafios. Questões éticas e de governança se tornam centrais em um cenário em que máquinas são capazes de criar conteúdos originais:
“As empresas precisam garantir transparência e responsabilidade no uso da IA. Isso envolve desde a proteção de dados até a revisão humana das soluções produzidas. A confiança será o maior ativo das organizações nesse processo”, ressalta.
Além do setor corporativo, a IA abre espaço para novos empreendedores. Raquel desenvolve atualmente aplicativos autorais com base em inteligência artificial, reforçando que o acesso a essas tecnologias não está restrito a grandes empresas.
O que antes parecia ficção científica já é rotina em diversas companhias. Para os próximos anos, especialistas preveem um salto ainda maior: a automação inteligente poderá reduzir em até 40% o tempo de desenvolvimento de softwares, tornando o setor mais ágil, competitivo e inovador.
No centro dessa transformação, profissionais como Raquel Nicolau mostram que mais do que dominar linguagens de programação, será preciso liderar pessoas, entender o impacto social da tecnologia e construir soluções que unam eficiência, propósito e responsabilidade.