A Polícia Civil de Roraima investiga Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, conhecida como “Porcelana”, por suspeita de envolvimento na fuga de quatro integrantes do Comando Vermelho (CV) do maior presídio do estado. Amiga de Francisco Myller Moreira da Cunha, o “Gringo” ou “Suíça”, um dos chefes da facção morto durante a megaoperação policial no Rio de Janeiro, Porcelana também foi condenada por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
Mesmo cumprindo pena em regime semiaberto com monitoramento eletrônico em Manaus, ela teria ajudado os foragidos a escapar e não foi localizada durante uma operação policial na última quarta-feira (29), que cumpriu mandados de busca em seis endereços ligados a ela. A polícia confirmou que Porcelana estava no Rio de Janeiro, mas não informou se ela tinha autorização judicial para deixar o Amazonas ou se é considerada foragida por descumprir o regime.
O Tribunal de Justiça de Roraima informou que o processo de execução penal foi transferido para Manaus e que, por isso, está arquivado no estado. Já o TJ do Amazonas não respondeu até o momento.
Nas redes sociais, um dia após a operação no Rio, Porcelana publicou uma mensagem lamentando a morte de Gringo: “Vai nos fazer muita falta!”.
As investigações apontam que ela e o então namorado Thiago Lima dos Santos, o “TH da Zona Leste” — outro líder do CV no Amazonas, morto em julho — enviaram dinheiro para os fugitivos conseguirem chegar ao Amazonas. Segundo a polícia, o casal fazia parte da rede que oferecia apoio logístico e financeiro aos criminosos.
Além de Porcelana, outros 13 suspeitos — incluindo uma enfermeira — são investigados por transportar, esconder e abastecer os fugitivos durante a fuga. Todos os quatro presos já foram recapturados.
O delegado Wesley Oliveira, responsável pela operação, afirmou que o grupo “comprou mantimentos, combustível e deu abrigo na mata” para manter os criminosos escondidos.
Porcelana foi condenada em 2023 a cinco anos de prisão em regime semiaberto, após ser presa em 2022 com TH em Boa Vista. Com o casal, a polícia apreendeu 1,7 kg de cocaína, 32 g de maconha, duas armas e 45 munições.
A defesa argumentou que ela deveria cumprir a pena em Manaus por causa das duas filhas pequenas, de 7 e 4 anos. O pedido foi aceito, e ela foi transferida em abril deste ano.
A investigação segue em andamento no Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em Boa Vista.
