As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram nesta quinta-feira (22) que interceptaram um novo míssil lançado a partir do Iêmen, onde atuam os rebeldes Houthi, grupo que tem realizado sucessivos ataques contra o território israelense desde o início do conflito em Gaza.
“Após os alertas que soaram em diversas regiões de Israel, um míssil lançado do Iêmen foi interceptado com sucesso”, informou o Exército israelense por meio de um comunicado no Telegram.
Na última segunda-feira, os Houthi declararam um “bloqueio naval” ao porto de Haifa, o maior de Israel. Segundo o porta-voz do grupo, Yehya Saree, qualquer navio que se dirija ao porto será considerado alvo legítimo. “A medida é uma resposta à intensificação da agressão israelense contra o povo palestino e à ofensiva em Gaza”, afirmou Saree. Ele ainda condicionou o fim dos ataques ao término da operação militar israelense e ao levantamento do bloqueio imposto ao enclave.
Horas antes desse anúncio, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia declarado a intenção de “assumir o controle total da Faixa de Gaza”.
Os Houthi, apoiados pelo Irã e membros do chamado “Eixo da Resistência” — aliança que inclui também o Hezbollah libanês e os grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica —, vêm intensificando os ataques à infraestrutura e à navegação israelense. Nas últimas duas semanas, eles reivindicaram ataques ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, e conseguiram atingir a instalação pela primeira vez desde outubro de 2023.
Desde novembro do ano passado, o grupo também passou a atacar embarcações comerciais no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, regiões estratégicas para o comércio global, em solidariedade ao Hamas. Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram bombardeios contra alvos Houthi no Iêmen.
No início de maio, Omã anunciou que havia mediado um acordo de cessar-fogo entre os Houthi e os EUA, poucos dias após o presidente Donald Trump declarar o fim dos bombardeios no Iêmen. Apesar disso, os ataques entre os Houthi e Israel continuam.
Israel retomou sua ofensiva militar em Gaza no dia 18 de março, encerrando uma trégua de dois meses. No início deste mês, o governo israelense apresentou um plano para ocupar toda a Faixa de Gaza e transferir os 2,4 milhões de habitantes para o sul do território. No fim de semana, uma nova ofensiva terrestre e aérea foi lançada.
O conflito teve início com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel, a maioria civis, e resultou no sequestro de mais de 200 pessoas. Desde então, mais de 53 mil palestinos foram mortos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas.