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Lúpulo alagoano impulsiona nova geração cervejeira e inspira criação da Righetti IPA » Alagoas Notícia Boa

Lúpulo alagoano impulsiona nova geração cervejeira e inspira criação da Righetti IPA » Alagoas Notícia Boa

O lúpulo alagoano voltou a dar prova de que pode transformar a cena cervejeira do estado. No sábado (22), os formandos da primeira turma do curso de sommelier de cerveja, promovido pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS/AL) e pela Associação de Cervejeiros Caseiros Artesanais (Acerva), lançaram a Righetti IPA, uma receita criada por eles e produzida com o único lúpulo cultivado no Nordeste.

O insumo nasce na Fazenda Sete Léguas, em União dos Palmares, e já chama atenção pela qualidade e potencial de inovação para o setor.

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A bebida, produzida em parceria com a Hop Bros Cervejaria, coroou o encerramento da primeira formação oferecida integralmente em Alagoas. Foram 23 alunos certificados após 7 meses de estudo, prática e imersão no universo das cervejas especiais, que agora se unem à cadeia produtiva com olhar técnico e qualificação profissional.

A receita escolhida, uma IPA, teve o rótulo criado para homenagear o produtor pioneiro do lúpulo no estado, o agricultor Aluysio Righetti. Segundo Romilkson Cristiano, sommelier de cerveja pela ABS e presidente da Acerva Alagoas, o momento consolida um ciclo importante para o estado.

“Estamos celebrando a primeira turma formada aqui, com um curso realizado em solo alagoano e em parceria com a Hop Bros. Para marcar esse encerramento, a turma desenvolveu uma cerveja feita com o lúpulo produzido pelo seu Aluysio, resultando na Righetti IPA. É a primeira de muitas. A ideia é que cada turma desenvolva um estilo diferente e fortaleça ainda mais essa conexão com o que nasce em Alagoas”, disse Romilkson.

O curso, promovido pela ABS/AL, ganhou força com a articulação do Sebrae Alagoas, que tem atuado no incentivo à produção e ao uso do lúpulo local. A instituição aproxima agricultores, pesquisadores e cervejeiros, estimulando a criação de novos produtos, a profissionalização do mercado e o surgimento de rótulos com identidade regional.

Para Januacele Vieira, trainee do Sebrae Alagoas, o impacto já pode ser sentido.

“A gente quer que os cervejeiros se apropriem dessa cultura que está surgindo. O lúpulo produzido aqui já nasce com muita qualidade e tem conquistado reconhecimento nacional. O Sebrae tem articulado instituições, universidades e a própria Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para que todos conheçam essa produção. Esse movimento inspira experimentação, fortalece a cena local e abre novas possibilidades para quem empreende no setor”, explicou.

De Alagoas para alagoanos

A história da Righetti IPA é, antes de tudo, a história de um insumo que nasce com a vocação de fortalecer o próprio território. Desde o início, o agricultor Aluysio Righetti idealizou sua produção para abastecer o mercado local. Hoje, mantém 500 plantas de oito variedades e 2 mil mudas prontas para cultivo em meio hectare.

Com apoio técnico do CETENE e da Embrapii, investiu em um equipamento de peletização, permitindo que o lúpulo atenda ao padrão exigido pela indústria e alcance escala comercial. Aluysio explica que o propósito sempre foi priorizar quem produz em Alagoas.

“Quando plantei o lúpulo, a intenção era ter um produto bom para ser usado aqui. Nunca pensei em mandar para fora. O que produzimos já é suficiente para abastecer as cervejarias alagoanas. E o frescor faz toda a diferença no resultado”.

A cerimônia oficial de conclusão do curso acontecerá no dia 6 de dezembro

Na cervejaria Hop Bros, a convicção é parecida. A empresa foi a parceira da turma na produção da Righetti IPA e tem sido uma das principais incentivadoras do avanço do lúpulo alagoano. Silvio Ferreira, um dos sócios, afirma que trabalhar com insumos locais é uma escolha estratégica.

“O que é da terra é fundamental. Quando o seu Righetti começou a produzir, incentivei que ele investisse na peletização para vender esse lúpulo, porque ele é espetacular. Hoje já estamos na nossa segunda cerveja 100% alagoana. Isso gera emprego, fortalece a economia e faz todo mundo crescer junto”.

A proximidade entre a fazenda e a cervejaria reduz o tempo entre a colheita e o uso, garantindo intensidade aromática e evitando a oxidação, um dos problemas mais comuns em lúpulos importados. Para Silvio, esse diferencial eleva o padrão das receitas produzidas no estado.

“A gente praticamente colhe e faz a cerveja. Isso enriquece aroma, amargor e frescor. Nada se compara a usar um insumo tão recente”.

Divisor de águas

O avanço da cultura do lúpulo também é visto como um divisor de águas pelos alunos da primeira turma, que agora começam a atuar profissionalmente no mercado. Hélio Guzzo, que já degustou mais de 6 mil estilos de cerveja catalogados em um aplicativo especializado, reforça o impacto da formação.

“É muito importante para Alagoas ter um curso oferecido aqui, porque isso aumenta a massa crítica e qualifica o cenário cervejeiro local. E o fato de termos produção de lúpulo no estado torna esse momento ainda mais especial”.

A cerimônia oficial de conclusão do curso acontecerá no dia 6 de dezembro, no Best Western Premier, onde os formandos receberão seus diplomas e bottons de sommelier. Enquanto isso, a Righetti IPA já entra no mercado com o propósito de simbolizar uma cerveja feita em Alagoas, com insumo alagoano e com o talento de quem escolheu construir uma cena cervejeira forte, vibrante e absolutamente local.

Notícia Boa – Alagoas

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