O Samba da Periferia, um dos principais nomes do gênero em Alagoas, completa nove anos de trajetória neste mês de outubro. E para celebrar, o grupo leva o samba que anima o bairro do Prado, todas as segundas-feiras, ao Mirante Ambrósio Lira, no Farol, em Maceió.
O evento acontece neste sábado (25), a partir das 16 horas, com o pôr do sol como cenário e participações especiais da banda Som de Vinil e dos cariocas Almirzinho, filho do lendário sambista Almir Guineto, e Fernando Procópio.
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Parte do valor arrecadado nas apresentações será destinada a instituições beneficentes, como o Instituto Manda Ver, o Centro Espírita Irmão Vítor e a Igreja Católica Pequeno Socorro.
“Desde o início, nossa ideia foi unir música e solidariedade. Não é só sobre tocar samba, é sobre transformar energia em algo que reverbera na comunidade”, afirmou David Beer, administrador financeiro e um dos líderes do grupo.
Para o vocalista Tuim Gandaia, o samba é uma linguagem universal, capaz de unir gerações e classes sociais.
“Nosso propósito é simples e verdadeiro: levar alegria, despertar lembranças e tocar o coração das pessoas com músicas da sua memória afetiva. Queremos que o samba seja respeitado e acolhido em qualquer lugar, por todas as classes”, disse.
Raiz do samba
Com o tema “Nosso Samba é uma janela que resiste ao tempo”, o Samba da Periferia reafirma o espírito de um movimento que nasceu nas ruas e se tornou símbolo de resistência cultural em Maceió.
Do encontro entre amigos às grandes celebrações, o samba agora sobe ao alto da cidade para celebrar sua própria história e, do Mirante Ambrósio Lira, fazer a periferia abraçar Maceió inteira.
Criado em 2016, o Samba da Periferia nasceu a partir de um novo caminho trilhado por integrantes do antigo grupo “Samba dos Amigos”, que transformaram um encontro entre músicos e parceiros em um projeto que deu novo significado às noites de segunda-feira em Maceió.
Hoje, o grupo é formado por David Beer (empresário e administrador financeiro), Alan Lopes “Malandragem” (percussionista), Missô Sereno (percussionista), Tuim Gandaia e Thiago Pad (vocais), Joel Henrique (cavaquinho), Aluísio Braga (violão), Ricardinho Freitas (surdo), Beto Salame (percussão) e Wanderson Pinheiro (pandeiro).
A formação permanece a mesma há sete anos, o que, segundo os integrantes, é uma das chaves para a solidez e a identidade do grupo.
Celebração
Para David Beer, um dos líderes do Samba da Periferia, o aniversário de nove anos representa mais do que uma celebração musical, é a reafirmação de um projeto que nasceu do povo e para o povo.
“O samba nos trouxe de volta o sentido de comunidade, de pertencimento. A gente começou fazendo música para o nosso bairro, para nossa adjacência, e hoje vemos que o projeto ganhou corpo, se expandiu e abraçou Maceió inteira. O samba continua sendo nossa voz, nossa bandeira e nosso elo com as pessoas”, afirmou.
O projeto, que há anos realiza rodas de samba semanais no Bombar, no bairro do Prado, se tornou uma das referências culturais mais autênticas da capital. Além de movimentar o comércio local e o turismo, a roda fomenta o terceiro setor com ações sociais permanentes.
Abraçando Maceió
O Samba da Periferia é também um fenômeno de diversidade. Seu público é formado por moradores da periferia, da parte alta e da orla de Maceió, todos unidos pelo mesmo compasso. Essa mistura é um dos traços mais marcantes do projeto, como destaca o ex-bancário, Fernando Ribeiro (61), morador da orla e frequentador assíduo das rodas no Prado.
“O que me encanta é o clima de confraternização. É um samba que me faz lembrar as rodas do Rio e do Recôncavo Baiano, que eu frequentava na juventude, cheias de alegria e simplicidade. É muita diversão com pouco, às vezes com quase nada, mas sempre com música de qualidade. Eu e minha esposa viramos frequentadores”, contou.
A escolha do Mirante Ambrósio Lira para a celebração dos nove anos não é por acaso. O local, que guarda parte importante da memória cultural da cidade, já foi lar do artista Pierre Chalita e reúne moradores engajados em sua preservação. A ocupação do espaço reforça o diálogo entre cultura, história e pertencimento, resgatando a função social dos mirantes como lugares de convivência e arte.
A expectativa é de que o evento reúna cerca de 2 mil pessoas, em um cenário que entrega a experiência do pôr do sol ao som do ritmo mais democrático do Brasil.
O 9º aniversário do Samba da Periferia será um encontro de histórias, vozes e trajetórias que se cruzam no mesmo ideal: manter viva a chama do samba e o sentimento coletivo que o originou. “A gente pode pisar em palcos maiores, mas a periferia continua sendo o coração de tudo”, resume Davi Beer.
Serviço
Samba da Periferia – Show de 9 anos
Data: sábado, 25 de outubro, às 16h
Local: Mirante Ambrósio Lira
Ingressos: https://www.lojadeingresso.com.br
