O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostrou comovido, nesta quarta-feira, com a história de uma jornalista ucraniana cujo marido é soldado. Em resposta, ele chegou a prometer a possibilidade de fornecer mais sistemas antiaéreos americanos Patriot à Ucrânia.
O momento ocorreu durante uma coletiva de imprensa paralela à cúpula da OTAN, realizada em Haia, quando a repórter se apresentou como correspondente da BBC News Ucrânia.
“De onde você é?”, perguntou Trump.
“Sou da Ucrânia”, respondeu a jornalista, questionando em seguida se os Estados Unidos estariam dispostos a vender sistemas de mísseis antiaéreos Patriot, já que a Rússia segue atacando o país.
Trump a interrompeu:
“Você está morando na Ucrânia agora?”
“Meu marido está lá. Eu estou em Varsóvia com as crianças”, disse a repórter.
“Seu marido é soldado?”
“É”, confirmou ela.
“É uma situação difícil, certo? E você é jornalista?”, continuou Trump.
“Sim”, respondeu a repórter.
Depois disso, o presidente norte-americano respondeu à pergunta original sobre os sistemas de defesa Patriot:
“A Ucrânia quer obter os sistemas antimísseis, os chamados Patriot. Vamos ver se conseguimos fornecer alguns. Eles são difíceis de conseguir, nós também precisamos. Estávamos fornecendo para Israel, e são muito eficazes — 100% eficazes. E os ucranianos querem isso mais do que qualquer outra coisa, como você sabe”, declarou.
“Foi uma ótima pergunta. Desejo muita sorte a você. Percebo o quanto isso mexe com você. Por favor, mande um ‘olá’ para o seu marido, está bem? Obrigado”, finalizou Trump.
Donald Trump’s dialogue with @myroslavapetsa:
— Is the US ready to sell Patriots to Ukraine?
— Are you living in Ukraine?
— My husband is there.
— Is your husband a soldier?
— Yes.
— Wow. That’s tough. … We’re going to see if we can make some Patriot missiles available. pic.twitter.com/1idiI4OFtU
— Ostap Yarysh (@OstapYarysh) June 25, 2025
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quarta-feira que a Ucrânia está pronta para comprar sistemas de defesa aérea norte-americanos, e transmitiu essa posição diretamente a Trump durante a cúpula da OTAN.
Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), feita após o encontro com o líder americano — descrito como “bom” —, Zelensky afirmou ter discutido com Trump a proteção do povo ucraniano:
“Antes de tudo, a compra de sistemas de defesa aérea americanos para proteger nossas cidades, nosso povo, igrejas e infraestrutura. A Ucrânia está pronta para comprar esse equipamento e apoiar os fabricantes de armas dos EUA”, escreveu.
Zelensky também disse ter compartilhado com Trump “os fatos sobre o que realmente está acontecendo em solo ucraniano”, e garantiu que o presidente russo Vladimir Putin “definitivamente não está vencendo”.
“Obrigado pela reunião e pelo seu apoio. Também agradeço pelas palavras verdadeiramente gentis sobre o nosso povo. Continuaremos trabalhando”, acrescentou Zelensky.
No encerramento da cúpula da OTAN, em Haia (Países Baixos), Trump afirmou que pretende conversar com Vladimir Putin sobre a possibilidade de paz na Ucrânia, reconhecendo que encontrar uma solução tem sido mais difícil do que esperava.
Questionado sobre o que tratou na reunião com Zelensky, Trump disse que não discutiram diretamente um processo de paz:
“Só queria saber como ele estava. Correu muito bem”, respondeu.
Apesar de ter prometido no passado que resolveria o conflito “em 24 horas”, Trump admitiu que a guerra na Ucrânia é “mais complicada” do que o conflito entre Israel e Irã.
Trump ainda criticou Putin, afirmando que o presidente russo está “desorientado” e que “precisa pôr fim à guerra, porque pessoas estão morrendo”. Segundo ele, só na semana passada, 7 mil soldados entre os dois lados perderam a vida.
“Os ucranianos são um povo corajoso, que está enfrentando uma batalha muito difícil”, concluiu Trump.